Nunca fui de avisar as pessoas sobre os perigos de viajar. Afinal, há inúmeros fatores imprevisíveis quando você está na estrada. Manter-se adaptável é essencial, mas se você tentar evitar cada risco, pode ser melhor nem sair de casa. No entanto, desta vez, a situação foi realmente assustadora — e me deixou completamente indefeso. Sinto-me compelido a compartilhar minha experiência e alertar futuros viajantes para a Guatemala de que não é um destino seguro.

Vários dias atrás, cheguei em Cidade da Guatemala após uma longa viagem de Medellín. Eu já sabia que a segurança em Cidade da Guatemala não era das melhores, então deliberadamente escolhi ficar na Zona 4, um distrito empresarial relativamente moderno. Ao contrário da área caótica do centro, essa parte da cidade está repleta de prédios de escritórios e fervilha com trabalhadores de colarinho branco durante o dia. Parecia seguro o suficiente — até a noite cair.

Por volta das 10 da noite, a fome bateu, e o recepcionista do hotel recomendou um restaurante próximo. Ao verificar o mapa, vi que estava apenas a 500 metros de distância, então decidi caminhar. Levei apenas meu cartão de crédito e celular, sem pensar muito nisso. O caminho estava pontilhado de bares e restaurantes, mas havia trechos onde as ruas estavam assustadoramente desertas.

Quando me aproximei de uma interseção tranquila, percebi uma moto passando. Ela deu meia-volta quase imediatamente, parando a poucos metros de mim. O motociclista, usando capacete e pilotando uma moto sem placa, tirou uma arma de sua mochila e apontou-a para mim, exigindo meu telefone. Minha mente congelou, mas instintivamente dei um passo para trás.

Parado no canto da interseção, virei-me e corri por uma rua lateral. O ladrão acelerou a moto e me perseguiu. Quando ouvi ele se aproximando, virei novamente e corri na direção oposta. Felizmente, alguns carros estavam passando, e, em um movimento desesperado, pulei para o meio da rua, pedindo ajuda.

O ladrão, vendo que eu havia conseguido parar um carro, fugiu sem atirar.

Depois disso, percebi que havia escapado ileso — mas o medo permaneceu. Fiquei tomado pela gratidão de que o ladrão não tivesse voltado e me atirado em fúria, e que aqueles carros estivessem lá para me salvar. Naquele momento, eu não estava apenas correndo — estava lutando pela minha vida, tentando criar distância e ganhar tempo. Só quando uma arma é apontada para você é que você realmente entende o que o medo se sente como.

Aqui estão algumas lições que aprendi: 1. Cidade da Guatemala é extremamente perigosa, especialmente para turistas. A taxa de criminalidade é alta, e armas estão frequentemente envolvidas. Nunca caminhe sozinho por ruas tranquilas e desertadas à noite. Até mesmo viajar em dupla pode não garantir sua segurança. 2. Se você se encontrar em uma situação semelhante, não entre em pânico e corra como eu fiz. Um ladrão furioso pode atirar em você. Perder bens materiais é muito melhor do que arriscar sua vida. Minha fuga foi pura sorte. 3. Se precisar sair à noite, sempre chame um carro. É mais seguro e pode potencialmente salvar sua vida.
Fique vigilante e priorize sua segurança acima de tudo.
Eu sempre me vi como uma pessoa bastante corajosa, viajando sozinha para incontáveis destinos. Mas olhando para trás, posso concluir apenas que tive sorte por não ter enfrentado algo realmente grave. Em situações extremas, tudo o que você pode fazer é aceitar o que quer que o destino lhe lance. Duvido que muitas pessoas permanecem calmas e saiam ilesas com uma arma apontada para elas, então é sábio evitar esses riscos sempre que possível.
No final, se você acha que tem coragem suficiente para encarar o perigo — talvez até ser indiferente ao risco de morte —, então a Guatemala espera por você.