Nunca imaginei que o dia mais difícil aconteceria durante a corrida final na manhã – não porque o caminho fosse especialmente perigoso, mas porque arrastar-me da cama às 3 da manhã parecia impossível. Às 5 horas, o portão de controle de Machu Picchu foi aberto, e nos juntamos à multidão de aventureiros entusiasmados entrando no terreno sagrado.

A escuridão nos acompanhava brevemente, mas logo os primeiros sinais de luz começaram a atravessar o véu nebuloso que cobria o vale. Conforme o sol subia, o calor seco no vale intensificava-se, deixando tudo sob nossas jaquetas encharcado em suor.

Após uma árdua ascensão, chegamos a um antigo sítio inca. Carolina e eu buscamos refúgio em um penhasco isolado, longe das multidões, onde o majestoso contorno da Montanha Machu Picchu veio à foco nítido. Parecia que os céus haviam separado a névoa por tempo suficiente para que pudéssemos vislumbrar este espetáculo – antes que ela brincalhonamente se escondesse novamente em um suave e rodopiante abraço.

A névoa abaixo fluía como um rio, e após o que pareceu uma eternidade de espera, o céu clareou, revelando Machu Picchu em toda sua espetacular glória.

Essa certamente foi uma das manhãs mais deslumbrantes da minha vida! Raios de sol dourados banharam Machu Picchu enquanto a névoa se dissipava lentamente, lançando a "cidade perdida" em um brilho radiante, talvez como apareceu para seus primeiros descobridores. Embora a trilha de quatro dias muitas vezes me deixasse indiferente sobre chegar ao fim, presenciar essa visão deslumbrante emergir majestosamente da névoa mexeu profundamente comigo, trazendo lágrimas aos meus olhos.
Lá, entre os picos, estava uma cidade inca completamente funcional e impecavelmente preservada – um testemunho da genialidade daqueles que a construíram.