Hoje, empreendemos uma viagem de três horas até El Chaltén, a capital do trekking da Argentina. Os cenários ao longo do caminho eram deslumbrantes, como se estivéssemos dirigindo diretamente para um pedaço do paraíso terrestre.

Após um delicioso almoço e check-in no hotel, partimos por mais uma hora até o Lago del Desierto para explorar o Glaciar Huemul. A estrada era acidentada, cheia de buracos, e a chuva persistente da semana anterior havia deixado muitas partes submersas em água e lama. No caminho, avistamos um casal de mochileiros — um homem e uma mulher — parados à beira da estrada, pedindo carona. Paramos e os convidamos para entrar no carro, iniciando uma animada conversa.

A mulher, alemã, falava inglês e espanhol fluentemente, enquanto seu companheiro chileno só falava espanhol. Como resultado, quando conversávamos com a garota alemã, o homem chileno apenas sorria timidamente. No entanto, ao passarmos pela margem de um rio, ele repentinamente se animou e fez gestos para que a alemã traduzisse. Ela se voltou para nós e perguntou: "Você gostaria de ver alguns salmões?"

Naturalmente, ficamos intrigados! Seguindo as instruções do homem chileno, retrocedemos até os rápidos rasos. Certamente, vários salmões de dois a três pés de comprimento saltavam pela água, lutando para subir o curso do rio. Curiosamente, esses salmões eram de um branco-prateado impressionante, muito diferentes dos escuros cinza ou pretos encontrados no Alasca...

Ao chegarmos ao Glaciar Huemul, fomos saudados pelas águas do lago, de um verde jade hipnótico. Era justo quando o sol começava a se pôr, e temendo que pudéssemos perder esse momento fugaz de beleza, nos apressamos para capturá-lo em fotos. Durante nossa sessão de fotos, um homem idoso apareceu atrás de nós, parecendo precisar de ajuda.

Ele falava em um idioma que não conseguimos decifrar, e nossos esforços para comunicar-nos foram igualmente infrutíferos. Após muitos gestos, finalmente entendi — ele estava perdido. "Espere um momento, terminaremos de tirar nossas fotos e então te ajudaremos a descer", eu lhe assegurei.

Quando nos viramos novamente, o sol já havia se posto abaixo do horizonte, e o vibrante azul do lago havia desaparecido, como se tudo que acabara de acontecer fosse apenas um sonho passageiro.

