Nos últimos dois dias, viajei para Bogotá — uma viagem de ida e volta totalizando quatro e meia dias. A jornada foi nada menos que uma montanha-russa emocional, com um momento em que eu estava convencida de que meu coração poderia parar.

Comparado a Toronto, os preços aqui são surpreendentemente acessíveis. Para o transporte, nem cogitamos outras opções — simplesmente chamamos um táxi! Meu amigo, meu namorado e eu, após desfrutar de uma deliciosa refeição e chamar um carro, entramos alegremente no táxi. Quando o carro começou a se mover, deu um leve tranco, seguido por alguns sons desconcertantes.
Eu olhei hesitante para minha amiga sentada à frente de mim. Ela permaneceu completamente imóvel, como se não tivesse ouvido nada, seus olhos fixos no celular. Uma dúvida passou pela minha mente por um momento, mas então o carro deu outro tranco, acompanhado por mais sons ominosos. Desta vez, virei-me para olhar meu namorado ao meu lado.
Ele murmurou incerto, “Hum...” mas suas palavras escaparam de mim — era algum termo técnico relacionado a carros. Perguntei, “Podemos nos limitar ao inglês comum?” Com um tom que carregava tanto preocupação quanto resignação, ele respondeu, “O volante está prestes a cair.” Eu: “??!!!”
Em todos os meus anos, nunca fiquei tão grata por engarrafamentos. O trânsito de Bogotá? Bem, digamos que deixa muito a desejar. As condições da estrada são horríveis, e os motoristas são agressivos ao extremo, quase fazendo com que eu perdesse meu almoço. Mas, por outro lado, durante o horário de pico, o congestionamento é tão severo que os carros mal conseguem acelerar.
Se o volante se soltasse, pelo menos não seríamos jogados muito longe. Em puro terror, estendi a mão para trás em busca do cinto de segurança. Felizmente, consegui pegá-lo e puxá-lo sobre meu colo, apenas para perceber que não havia lugar para prendê-lo! Este carro não tem onde fixar o cinto de segurança — que ironia! Olhei para meu namorado com esperança, esperando que ele pelo menos se segurasse no próprio cinto de segurança.
Infelizmente, o cinto dele estava preso na porta, e abrir a porta enquanto o carro estava em movimento não era uma opção. Mesmo que fosse, duvidava que ajudaria porque suspeito que o cinto dele também não tenha fecho.
Então ali estávamos nós: eu tinha metade do cinto de segurança, meu namorado não tinha nenhum, e ainda assim precisávamos manter a calma! Eu podia fazer isso! O motorista deve saber o que está fazendo, certo? Afinal, é o carro dele — ele deveria ter confiança em sua condição. Olhando de relance para o motorista, fui tomada por um medo tão intenso que não apenas agarrei o cinto de segurança com força, mas também apertei minhas pernas.
Pior ainda, o próprio motorista não estava usando cinto de segurança. Naquele veículo, a única pessoa segura e presa era minha amiga no banco da frente. Ela permanecia tão composta quanto sempre, sua atenção firmemente fixada no celular, alheia ao caos ao seu redor.
O motorista permaneceu calmo, navegando cada curva suavemente, mas eu podia sentir o carro oscilando perigosamente, como se estivéssemos deslizando sobre gelo enquanto o volante balançava para trás e para frente. Olhei para meu namorado, notando que ele já havia se preparado, pressionando os joelhos contra o encosto do banco da frente e segurando meu braço com força, que estava agarrando o cinto de segurança parcialmente preso.
Nós dois, presos apenas por um cinto de segurança parcial, tremíamos sem controle no banco de trás. Enquanto isso, ninguém — nem uma única pessoa neste mundo — poderia estar mais tranquilo do que minha amiga sentada despreocupada no banco da frente. Ela parecia completamente alheia ao caos acontecendo atrás dela.